terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Última bala


A deputada Fátima Bezerra passou a defender a tese de que a ministra Dilma Roussef, candidata a Presidente da República, deve ter dois palanques no Rio Grande do Norte.
Ruim para Iberê? – Hoje, provavelmente, sim!
Mas, e a médio prazo?
A leitura poderá ser outra, pois pode deixar o candidato oficial numa situação bastante confortável na hora da onça beber água. Oferecendo-lhe uma alternativa.
Afinal de contas, quem conhece Iberê sabe que ele é um homem inteligente e racional, que não entrará numa aventura, repetindo o triste papel do ex-governador Fernando Freire há oito anos passados, quando arcou com todo os ônus de uma campanha difícil e não teve reconhecimento de sua posição, nem mesmo pelos que ajudou a eleger e haviam se beneficiado da sua decisão de disputa o Governo.
Freire acreditou ter ajudado a eleger a maior bancada na Assembléia Legislativa. Ainda sentado na cadeira de Governador descobriu que não poderia contar com nenhum dos oito Deputados Estaduais que contabilizava como seus. Todos já estavam engrossando as fileiras do grande partido deste nosso pobre Estado, o Partido do Governo.
Curtido na corda e na gosma norte-rio-grandense, com curso de pós graduação em sobrevivência na selva política, Iberê Ferreira de Souza tem consciência de que pode estar vivendo o grande momento de sua vida, aos 66 anos de idade.
Iberê já disse – em diferentes oportunidades – a mais de uma dezena de pessoas que se o cavalo estiver selado ele está pronto para monta-lo.- E se não estiver?
Ai entra a tese da deputada Fátima para favorece-lo, no momento mais oportuno. Para o cavalo estar selado é preciso que a candidatura se viabilize nos maiores eleitorados do Estado. Algo em torno de 25% de intenção de voto nos eleitorados de Natal, Mossoró e Parnamirim, no fim de Maio, para ser um candidato ser efetivamente competitivo.
Na série “Ah se eu tivesse feito….” da governadora Wilma de Faria pode entrar mais um item. Sabendo, desde o princípio, que não teria outra alternativa para o Governo, faltou a Wilma a coragem ou a generosidade de dividir um pouco de poder, dando a Iberê o comando de um órgão capaz de lhe dar visibilidade nos grandes eleitorados. Uma secretaria das regiões metropolitanas, por exemplo.
Com um instrumento desses, provavelmente Iberê levaria o seu nome aos maiores colégios eleitorais, que ele não conseguiu sensibilizar, ainda, com sua ação restrita os Recursos Hídricos e Meio Ambiente, secretaria tratado como um organismo à parte e sempre esquecida pela divulgação oficial..
Resumo da ópera: – Iberê tem uma única bala para viabilizar-se como candidato. É provar – no curtíssimo espaço de três meses – que pode mudar um Governo, que ele tem de prometer continuar, em área como Saúde, Segurança e Educação, de péssima avaliação pelo eleitorado.
Não conseguindo tal objetivo, será que vale à pena continuar? E se não continuar?
A existência de um outro palanque já armado para Dilma, tornará sua conseqüente (mas não impossível) desistência mais palatável. Tanto em termos locais quanto, sobretudo, nos nacionais.

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