sábado, 28 de novembro de 2009

Governador do DF nega qualquer participação em esquema de corrupção

da Folha Onlineda Folha de S.Paulo
O governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (DEM) negou nesta sexta-feira (27) participar de qualquer esquema de pagamento ilegal a sua base aliada na Câmara Legislativa distrital.
A declaração é relativa à operação deflagrada ontem pela Polícia Federal para investigar irregularidades em seu governo. A PF apura a suposta oferta de propina por parte de Arruda a integrantes da base aliada na Câmara.
Ontem, o governador demitiu o secretário extraordinário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, e afastou dos cargos José Geraldo Maciel (chefe da Casa Civil), Fábio Simão (chefe de gabinete), José Luiz Vieira Valente (secretário da Educação) e Omézio Pontes (assessor de imprensa).
As medidas foram tomadas depois que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas e gabinetes dos secretários, deputados distritais e empresários que mantêm contratos com o DF.
Por meio da assessoria, Arruda disse que colaborará com a investigação e que as irregularidades começaram na gestão anterior e que "podem ter continuado". Ele afirmou que só se pronunciará quando conhecer o processo.
Escutas
De acordo com despacho do ministro Fernando Gonçalves, que preside o inquérito no STJ (Superior Tribunal de Justiça), a gravação de Barbosa mostraria Arruda oferecendo R$ 400 mil para a base aliada.
Em outro trecho, Arruda teria ofertado outros R$ 200 mil para o "mesmo destino" --a base aliada. A PF investiga o objetivo do suposto mensalinho pago por Arruda a aliados.
Com base nas gravações feitas por Barbosa, a PF realizou hoje buscas nas seguintes empresas: Infoeducacional, Vertax, Adler e Linknet.
Essas empresas, segundo o despacho do STJ, seriam responsáveis por levantar os R$ 600 mil que Arruda supostamente teria mandado oferecer à base aliada. As empresas repassariam o dinheiro ao GDF, que o encaminharia à base governista.
O ministro do STJ também determinou a realização de buscas nas residências Domingos Lamoglia (membro do Tribunal de Contas do DF) e Gilberto Lucena (proprietário da Linknet).
Gonçalves afirma, no despacho, que Valente teria recebido R$ 60 mil da Infoeducacional, enquanto diz ter "fortes indícios" de que Lamoglia seria, em 2002, um dos operadores do esquema de repasse de verbas.
Já em relação a Lucena, o ministro do STJ afirma que o proprietário da Linknet pode ter encaminhado R$ 34 mil a Durval após ter seu "crédito" reconhecido pelo GDF "num montante de R$ 34 milhões".
Outro lado
O vice-governador, Paulo Octávio (DEM), disse desconhecer a existência e as razões da investigação. Confirmou a "parceria", "não uma sociedade", entre sua construtora e a Conbral, o que tratou como "negócio de mercado".
O secretário da Educação disse que só falará quando tiver "informações completas" do caso. O secretário da da Casa Civil, o chefe de gabinete e o assessor de imprensa retornaram à ligação da reportagem da Folha.
O conselheiro do Tribunal de Contas Domingos Lamoglia e os deputados Leonardo Prudente (DEM), Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulysses (PSB), além do suplente Pedro do Ovo (PRB), disseram que não se pronunciariam. Nenhum representante das empresas Infoeducacional, Vertax, Adler, Conbral e Linknet foi localizado. Procurado, Durval Barbosa não foi encontrado.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u658886.shtml

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