domingo, 11 de outubro de 2009

Duas caras - a síndrome do 'camaleão'


A política está cheia de gente que parece mais um ‘camaleão’: indivíduo que assume o caráter conveniente aos seus interesses ou que possui opinião de acordo com os ventos do momento. Uma das grandes incógnitas da sucessão estadual atende pelo nome de Garibaldi Alves Filho. Em qualquer roda que trate de política, o povo quer saber: Garibaldi ficará com Rosalba Ciarlini, seu desejo mais do que conhecido, ou fará aliança com a base de Wilma de Faria? Ninguém sabe. O ex-presidente do Senado mantém o estilo que sempre o notabilizou: o de ser eternamente dúbio. Ao longo de duas décadas cobrindo a política potiguar, ouvi de gente que conviveu ou tratou com Garibaldi esse traço do seu perfil: o senador costuma falar o que o interlocutor do momento quer ouvir. Se muda o interlocutor, comenta-se, Garibaldi tende a mudar de opinião. Quem conhece o senador peemedebista garante: “Ele agiu assim a vida inteira”. Vejamos o que se passa agora: enquanto Henrique Eduardo Alves articula com o Planalto e o PT no plano nacional e negocia com a base de Wilma aqui no Estado, Garibaldi Filho roda com Rosalba por todos os lugares e demonstra pouco ou nenhum interesse no grupo da governadora. Prefeitos e lideranças do PMDB não sabem o que fazer. Ninguém sabe se acende a vela para Deus ou para o diabo. A meu ver, Garibaldi tem interesse no jogo duplo. Se for obrigado a formalizar uma aliança do PMDB com a base de Lula aqui no Estado, o senador não quer perder a identidade que criou com o eleitorado do Democratas, em especial, com as lideranças ligadas à colega de Senado Rosalba Ciarlini, candidatíssima ao governo. Garibaldi não fará campanha para nenhum outro candidato em 2010. Ele fará a campanha dele, ao jeito dele, atendendo aos interesses dele. E fico imaginando Garibaldi visitando as bases do DEM num determinado município, sendo recebido por estas lideranças e proferindo manhoso, com aquela voz arrastada: - Eu queria ter ficado com vocês, mas não deu. O PMDB teve de ficar com a base do presidente Lula. Infelizmente...Na última quinta-feira (8), o empresário Bira Rocha lembrava que o Obama chamou o Lula de “o cara”. E uma colega jornalista pediu para ele apontar “o cara” no Rio Grande do Norte. Bira chegou a falar em Garibaldi. Eu, cá com os meus botões, pensei: pelo jeito Garibaldi de ser e agir na política, com todo o respeito, o senador está mais para o “DUAS CARAS”.

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