segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Governo quer evitar que Dilma vá à CCJ


Após a anulação de 11 ações por falta de decoro parlamentar contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o governo estará na espreita durante a semana para evitar que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, compareça à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para prestar esclarecimentos. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), usará de estratégias para que haja quorum alto na CCJ, impedindo que a oposição manobre e aprove a convocação de Dilma.
Presidente da Comissão duvida que manobra de convocar Dilma saia esta semana Foto: Valter Campanato/ABr O presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), afirmou que Jucá mandou uma convocação por e-mail para todos os peemedebistas da CCJ, a fim de que eles estejam no plenário da comissão para que não sejam aprovadas matérias fora do interesse do PMDB. "Mas como todos vão estar lá, não pretendo pôr para votar os requerimentos de convocação e convite da Dilma Rousseff", disse o democrata no fim de semana. "Para votar depende de mim. Sou eu que decido se ponho na pauta de votação ou não", enfatizou.Através de uma manobra da oposição, a ex-secretária da Receita Lina Vieira depôs na última terça-feira, na Comissão, e reafirmou ter sido pressionada por Dilma para agilizar a investigação do Fisco sobre as empresas de Fernando Sarney, filho do presidente Sarney. Já no dia seguinte ao depoimento de Lina Vieira, o líder Jucá, por sua vez, fez uma manobra para tentar inviabilizar definitivamente o comparecimento de Dilma na CCJ. Com o plenário lotado, Jucá apresentou dois requerimentos: um com a convocação da ministra e outro com o convite para que Dilma fosse à comissão. A ideia do governo era derrubar os dois requerimentos na CCJ e, dessa forma, impedir que a oposição voltasse a propor a convocação ou convite para a ministra Dilma. De acordo com o regimento do Senado, o pedido para a convocação de Dilma para falar sobre o imbróglio com Lina Vieira não poderia mais ser alvo de requerimento, caso os dois requerimentos fossem rejeitados pela oposição. Diante do golpe do governo, Demóstenes Torres suspendeu a sessão abruptamente, evitando a derrubada dos doisrequerimentos. Ele adiantou que só vai pôr os requerimentos em votação quando o plenário da comissão estiver vazio, sem a presença dos governistas. Esta é a única chance dos requerimentos serem aprovados. O presidente da Comissão reconheceu que dificilmente a manobra para convocar Dilma Rousseff dará certo esta semana, já que o governo está alerta e a ordem para os aliados é não deixar o plenário da Comissão enquanto houver votações. InvestigaçãoPor outro lado, o DEM anunciou que vai pedir ao Ministério Público Federal a abertura de investigação para apurar a conduta do ministro chefe do gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, no caso da suposta visita da ex-secretária s Vieira à ministra Dilma, em dezembro de 2008. O gabinete informou que não há mais imagens de autoridades e carros que estiveram no Palácio do Planalto no fim do ano passado. Passada uma semana da absolvição de Sarney, a oposição estuda tentar ainda ressuscitar as 11 ações por falta de decoro parlamentar contra o presidente do Senado. Demóstenes Torres informou ontem que os oposicionistas vão se reunir amanhã para decidir se recorrem ou não ao Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão da segunda vice-presidente do Senado, Serys Slhessarenko (PT-MT), que considerou "incabível" o pedido para que as representações contra Sarney fossem desarquivadas em votação pelo plenário da Casa. Apresentado pelo Psol, o recurso que teve o apoio de 11 senadores, filiados a sete partidos.

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