O ato secreto não é apenas para esconder malandragens não. É também um frisson, um delicioso sentimento de onipotência, de que você pode tudo.
Os atos secretos parecem filmes pornô: “cara, ontem a tarde eu fui no motel e cometi um ato secreto incrível e a delícia é que paguei com a verba indenizatória”.
Nos colégios os padres condenavam vício solitário, o pecado juvenil do vício solitário. Ninguém via, você era auto-suficiente e os padres diziam que quem praticava o vício solitário matava nações inteiras que morriam nos cantos e nos banheiros. Agora, aqui, os atos secretos matam a nação.
Vocês acham que um cara que faz castelos, que é dono de cidades como São Luiz, ou Murici, ou Maceió, vai dar satisfações a esse povinho vassalo e mixuruca.
Hoje, com Lula dando estação de rádio para o Renan em plena crise, com a máquina do estado toda engatilhada para lamber o PMDB. Os atos secretos ficaram até poéticos. Pior são os atos explícitos, atentados ao pudor, a falta de vergonha também evolui.
Acabou a boa e velha hipocrisia, que era uma homenagem do crime a virtude. Veja o caso do Paulo Duque engavetando tudo e se lixando para a opinião pública. O Collor obrando em nossas cabeças.
Eu confesso que moralmente tenho até certa saudade dos atos secretos.
Fonte:http://colunas.jg.globo.com/arnaldojabor/
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
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