quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Aprovado projeto de Agripino que obriga cadeira de geriatria em cursos de medicina


A Comissão de Educação (CE) aprovou, nesta terça-feira (29), projeto do senador José Agripino (RN) que torna a cadeira de Geriatria disciplina obrigatória nos cursos de Medicina no Brasil. A matéria – relatada pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e aprovada por unanimidade – obriga as faculdades de Medicina, tanto do ensino público quanto do privado, incluírem em seu currículo escolar a disciplina de Geriatria com carga horária não inferir a 120 horas.
“A expectativa da população tem crescido e a quantidade desse tipo profissional é mínima. A cadeira de geriatria na faculdade vai dar aos alunos orientação para lidar com esse contingente populacional. O projeto não cria ônus, apenas facilidade para os idosos do nosso país”, afirmou o autor do projeto. A matéria segue para a Câmara dos Deputados.
Hoje, de acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), existem no Brasil apenas 542 médicos especializados na área para atender uma demanda de 20 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Seria um geriatra para cada grupo de 30 mil idosos. “Cumprimento o senador Agripino pela iniciativa porque a assistência de um geriatra é um importante caminho para evitar futuras cirurgias”, afirmou o senador Romeu Tuma (PTB-SP).
O presidente da Associação Brasileira de Geriatria, doutor João Carlos Barbosa Machado, comemorou a aprovação do projeto. O médico informou que, segundo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), faltam 8,8 mil geriatras no Brasil. “Esse projeto é de extrema importância pra buscarmos resolver a situação”, frisou João Carlos.
Segundo a Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população com idade de 60 anos ou mais cresceu 47,8%, na última década. Atualmente, os idosos representam 10,5% dos brasileiros – são 20 milhões. De acordo com a SBGG, a falta de geriatras no Brasil não se deve ao desinteresse dos alunos pela área e sim a pouca quantidade de vagas nas residências médicas. “O rápido crescimento dos idosos é um fato incontestável e o país não está aparelhado de forma digna para acolhê-los. O projeto com certeza vai minorar a necessidade crescente desse problema que vivemos”, ressaltou.
(Fernanda Domingues – Equipe Agripino)

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