quarta-feira, 31 de março de 2010

Na despedida do governo, Serra critica bravatas de Lula e uso da "máquina" pelo partido

José Serra (PSDB) fez um balanço hoje de seu governo em São Paulo num ato que serviu para marcar a saída do Palácio dos Bandeirantes. A saída oficial ocorrerá na sexta-feira, quando ele deixa o cargo até sexta-feira para disputar a Presidência.

Sem mencionar nomes, Serra criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a pré-candidata do PT Dilma Rousseff. "Já fui governo e já fui oposição, mas de um lado ou de outro, nunca me dei à frivolidade das bravatas", disse Serra a uma plateia de cerca de 5.000 servidores e correligionários.

Ele também criticou o aparelhamento da máquina do Estado pelo partido --a oposição acusa o governo Lula de apadrinhar sindicalistas e aliados. "O nosso governo serve ao interesse público, e não à máquina partidária. Nós governamos para o povo", disse. "Repudiamos sempre a espetacularização, a busca pela notícia fácil, o protagonismo sem substância", disse.

Cercado de secretários, deputados e prefeitos de partidos aliados, Serra afirmou que está preparado para sua nova missão. "Vamos juntos que o Brasil pode mais", conclamou ele. "Por tudo que fizemos, sinto ganhar bastante força para esta etapa seguinte que nos espera. Vou ingressar nesta etapa com muita disposição, muita força, muita confiança, muita sinceridade e muito trabalho."

Em mais de 50 minutos de discurso, Serra chegou a embargar a voz e ensaiou um choro. Ao fazer uma longa lista dos feitos de seu governo, Serra defendeu o controle dos gastos. "Austeridade não é mesquinharia", afirmou sobre o seu governo.

Serra confirmou a fama de obsessivo e disse que a maior de suas obsessões sempre foi servir aos interesses de São Paulo e do país.

De acordo com ele, o "pessoal de Brasília" sorri de maneira irônica quando ele afirma que não é centralizador, diferente do "pessoal de São Paulo" que o conhece bem.

Ele negou que seu governo priorizasse partidos aliados na distribuição de recursos. "No meu governo, nunca se olhou a cor da camisa partidária. Eu exerci o poder neste Estado sem discriminar ninguém."

Serra destacou o caráter técnico de seu governo, lembrando que, nos cargos administrativos do estado, deu prioridade ao conhecimento, e não a indicações políticas. "Sempre tive aversão à tese do 'dividir para governar'", afirmou o governador.

Ele confirmou a fama de obsessivo e disse que a maior de suas obsessões sempre foi servir aos interesses de São Paulo e do país.

Na sexta-feira, o governador enviará à Assembleia Legislativa carta renunciando ao posto. Seu vice, Alberto Goldman, assumirá em seu lugar.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u714781.shtml

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