José Agripino é o primeiro a apresentar um discurso para a campanha eleitoral

O senador José Agripino Maia, líder do Democratas no Senado e aqui no Rio Grande do Norte, é o primeiro cacique a esboçar o discurso que pretende proferir nos palanques da campanha eleitoral.

Eu gostaria de destacar hoje alguns pontos da entrevista que ele nos concedeu, e repercutiu nacionalmente - no portal Terra e no jornal O Globo -, na última sexta-feira.

Entre outras coisas, José Agripino disse:

- Que não vai fazer oposição pessoal a Lula e, sim, aos erros do governo dele. José Agripino fez questão de ressaltar que nunca fez ataque pessoal ao presidente Lula. Como líder do Democratas, ele fez apenas críticas duras, mas pontuais. Para surpresa de muitos petistas, José Agripino disse que há mais acertos do que erros nos dois governos do Lula. E passou a desfiar várias ações do presidente da República, entre as quais, o Bolsa Família que, segundo ele, tirou muitos brasileiros da pobreza.

Não há duvida que o discurso de José Agripino, jurado de morte política pelo próprio Lula, deve-se à popularidade do presidente, do alto de seus 80% de aprovação popular. Eu já disse aqui que pesquisas de opinião qualitativas apontam que político que fala mal de Lula perde votos.

Outro ponto importante do discurso de Agripino:

- O palanque dele é o de Rosalba Ciarlini. Mesmo em locais onde o prefeito ou a lidenraça local não votar nele para o Senado, José Agripino estará presente ao lado de Rosalba. O senador do DEM disse que vai pedir voto para a chapa completa: Rosalba, Garibaldi e ele. Onde puder, claro.

Mais um ponto que destaco:

- José Agripino Maia não vai poupar Wilma de Faria nas questões éticas. O senador do DEM tem repetido aos jornalistas que a governadora tem de explicar escândalos como a Operação Ouro Negro, o Foliaduto e a Operação Hígia, que geraram processos na Justiça envolvendo familiares de Wilma de Faria. Coincidentemente, a candidata Rosalba Ciarlini também tem feito referências aos problemas de Wilma e da família com a Justiça.

Outro ponto:

- Wilma teve dois governos. O primeiro, que contou com a ajuda do antigo PFL agora Democratas, e o segundo marcado pelas divisões e pelos escândalos.

Sobre o PMDB:

- Apesar das incertezas no campo jurídico, o senador do DEM diz que conta com o apoio político de Garibaldi Filho. Mas faz questão de deixar nas entrelinhas que a escolha foi do próprio Garibaldi, que reconhece na aliança com o DEM uma coisa saudável experimentada desde o pleito de 2006, quando Rosalba se elegeu e Gaibaldi não.

Sobre o PV de Micarla:

- José Agripino deixou a entender que só aceita o apoio do PV se for por inteiro. Ou seja, para toda a chapa capitaneada pelo DEM. E esnobou: - Não sei se Micarla vai votar em mim. Espero que sim. Mas depende das conversas sobre o apoio a toda chapa - impôs a condição.

Pobre Micarla. Sua grande liderança na capital está restrita às vagas de suplentes de Agripino ou de Garibaldi.

Sobre o mensalão do DEM:

- José Agripino diz que o DEM fez o que outros partidos, incluindo o PT, não fizeram: expulsar ou afastar filiados envolvidos em esquemas de corrupção. Segundo o senador, isso dá estatura moral ao partido. E que o escândalo do Arruda não tem nada a ver com o DEM nacional e, sim, com o Distrito Federal.

Por último, aproveito a entrevista de Agripino à jornalista Ana Ruth, da Tribuna do Norte, para pinçar mais três argumentos do discurso político de Agripino neste ano eleitoral:

- Apesar de disputar com Garibaldi e Wilma, Agripino diz que esta não será sua eleição mais difícil, porque tem o que mostrar ao eleitorado, principalmente, uma ficha limpa, as mãos limpas.

- Que Iberê Ferreira será o segundo governo de Wilma de Faria.

- E que o palanque de Rosalba Ciarlini, com Robinson e tudo mais, é fruto de sua tenaz liderança política.Em linhas gerais, esse é o CD político que o senador José Agripino Maia pretende tocar nos palanques, nos debates e nas entrevistas durante a campanha deste ano. Vamos acompanhar.
Fonte:http://www.nominuto.com/blog/blog-do-diogenes/